segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CONFISSÃO


John F. MacArthur Junior
(Chaves Para Crescimento Espiritual)
A confissão é sempre o modelo da vida do cristão e constitui uma das chaves essenciais para crescimento espiritual. O que se pode dizer daquele que encobre — ou tenta encobrir - o pecado? Primeiro, há uma falta de prosperidade (Pv 28:13). A doença é outro resultado de se encobrir pecado (Sl 32.3,4). Aquele que encobre o seu pecado nesta vida o terá descoberto na próxima, e aquele que confessa a Deus nesta vida jamais o verá exposto no porvir (Lc 12:2,3).
Isso significa que virá o dia em que não haverá absolutamente nenhum segredo, um dia em que a revelação do coração ocorrerá. Mas o pecado que tiver sido confessado e purificado pelo sangue de Cristo não será jamais lembrado outra vez. Temos a promessa de que ao chegar ao céu, Deus não nos mostrará nossos pecados.
A razão pela qual Deus é tão severo ao julgar o pecado é que o pecado sempre é contra Ele. Era o mesmo caso com Davi, que disse: "Pequei contra ti, e contra ti somente..." (Sl 51:4). Davi não negava ter pecado contra si mesmo e contra seu próprio corpo, como é certamente o caso de adultério (1 Co 6:18). Não negava ter pecado contra Bate-Seba e Urias. Não negava ter pecado contra toda a nação de Israel com tal falha. Reconhecia, porém, que primeiramente todo pecado é contra Deus. A confissão de pecado não é apenas admiti-lo, mas admitir que o cometeu contra Deus e que assim é a Ele que se afrontou.
Este é um aspecto da confissão - concordar com Deus que nós somos culpados. Mas a confissão não é apenas dizer "Sim, fui eu que fiz!" A verdadeira confissão inclui arrependimento, e arrependimento significa voltar-se para trás, desviar-se do erro. Você não terá confessado seus pecados de verdade a não ser que você pare de cometê-los. A confissão inclui um quebrantamento além de assentimento verbal, e quebrantamento conduz à mudança de comportamento.
Talvez uma razão pela qual fazemos confissão tão superficial é que não entendemos o que está envolvido nisso. Uma olhada mais de perto no Salmo 51, de Davi, nos mostra que a verdadeira confissão envolve uma perspectiva certa do pecado, uma perspectiva correta de Deus, e uma perspectiva realista de si mesmo, do eu.
Perspectiva certa do Pecado. O que queremos dizer por uma perspectiva certa do pecado? Primeiro, é o reconhecimento de que o pecado merece juízo (v.l). Um segundo aspecto da perspectiva certa do pecado é o reconhecimento de que o pecado exige purificação (Sl 51:2). Há uma terceira coisa relacionada com a perspectiva certa do pecado — a questão da aceitação plena da responsabilidade pelo pecado (v.3).
Finalmente, uma perspectiva certa do pecado reconhece que este procede de nossa natureza (v.5). No Salmo 51 Davi cita vários atributos e características de Deus, fazendo aplicações práticas partindo destes. A santidade de Deus (v.6), Davi referiu-se também ao poder de Deus (v.7). Depois de santidade e poder, Davi reconheceu o castigo de Deus (v.8).
Outro aspecto da perspectiva certa de Deus é o do Seu perdão. Davi sabia que Deus é um Deus de perdão, que poderia perdoar e perdoaria o pecado. Miquéias 7:18
A verdadeira confissão exige uma perspectiva certa do pecado, uma perspectiva certa de Deus e mais uma coisa - uma perspectiva certa de si mesmo, como o Salmo 51 deixa claro. Davi veio a reconhecer que teria de viver uma vida santa e piedosa. Por que? Primeiro, por causa dos pecadores. Davi sabia que teria de ser santo se quisesse converter outros pecadores a Deus (v.13). Ninguém escutará um homem cujo sentimento de culpa corrói sua vida e tranca seus lábios de um testemunho eficaz. Segundo, temos que ser santos por que Deus se compraz em um coração contrito e quebrantado (v. 17). Por último, temos que ser santos por amor aos santos.
No versículo 18 Davi ora por outros. Ele está de volta ao terreno da oração, ele pode interceder pelos outros. Mas não poderia fazê-lo enquanto não chegasse até aquele ponto de pureza de vida.
Resumindo, a verdadeira confissão ocorre apenas quando se vê verdadeiramente a Deus, quando se vê o pecado como realmente é, e quando se vê a si mesmo como se é realmente.

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