terça-feira, 24 de novembro de 2009

Palestars escatológicas - XVI Vida Jovem - Várzea Alegre/Ce


Então virá o fim – Grande tribulação
Continuação.
Os selos quebrados – Ap 5:1 – 8:1
O primeiro grupo de eventos devastadores apresenta-se por uma série de selos de um rolo. O rolo é tirado da mão de Deus "sentado no trono" (Ap 5:6,7) por Cristo. A medida que Cristo abre o rolo, quebrando cada selo por vez, os vários eventos ocorrem. A natureza dos eventos sugere que começam logo após o início da tribulação e concluem na metade do período.
Os eventos apresentados pelos primeiros quatro selos quebrados são simbolizados por uma série de cavalos, cada qual de uma cor diferente e levando um cavaleiro.
O primeiro cavalo (Ap 6:1,2) é branco e carrega um cavaleiro que vai "para conquistar". Com nenhuma guerra aberta sendo denotada, é provável que a missão do cavaleiro é obrigar a viver em paz um mundo caracterizado por inquietação e distúrbios.
O segundo cavalo (Ap 6:3,4) é vermelho e o cavaleiro maneja uma espada, que ele possa "tirar a paz da terra". Aqui se vê a guerra representada, significando que um conflito de grandes proporções romperá logo após o término dos esforços do primeiro cavaleiro. Não há indícios da sua abrangência nem duração.
O terceiro cavalo (Ap 6:5,6) é preto e o cavaleiro carrega um par de balanças para pesar alimentos. O simbolismo é de fome, provavelmente resultando principalmente da guerra devastadora ante¬rior.
O quarto cavalo (Ap 6:7,8) é pálido (literalmente verde-amarelado) e o cavaleiro se chama Morte, possuindo poder "para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra". Esta morte abrangedora resulta sem dúvida da guerra anterior e da fome.
O quinto selo quebrado (Ap 6:9-11) é bastante diferente, apresentando uma figura de santos no céu "mortos por causa da palavra de Deus". Aqui o simbolismo é de martírio. O significado claro é que perseguição tem acompanhado os outros eventos, provavelmente do começo do período da tribulação, com grandes números dos santos sendo mortos por sua fé.
O sexto selo quebrado (Ap 6:12-17) retrata convulsões enormes da natureza, que devastam a terra; homens em todo lugar, dos mais ricos aos mais pobres, clamarão em terror, "Escondei-nos da face daquele que se assenta no trono,...porque chegou o grande dia da ira deles". Estas revoltas são muitas vezes interpretadas como sendo um simbolismo de revoluções políticas na terra, mas podiam ter um significado literal, retratando convulsões reais da natureza (veja Mt 24:7).
O tempo envolvido
É provável que, com a abertura do sexto selo, a primeira metade da tribulação se finde. Isto é, os eventos simbolizados por estes seis selos quebrados acontecem nos primeiros três anos e meio do total de sete. Segue-se a seguinte evidência.
Primeiro: eventos de sofrimentos dobrados seguem estes acontecimentos acompanhando os selos quebrados. Várias considerações atestam esta conclusão.
(1) O texto (Ap 6:17) refere-se a pessoas chorando que o grande dia da ira de Deus chegou, como resultado do sexto selo sendo quebrado.
(2) Os castigos simbolizados pelas trombetas sendo tocadas e as taças sendo derramadas são descritos nos seguintes capítulos de Apocalipse como sendo mais severos que aqueles dos selos quebrados.
(3) Os primeiros versículos do próximo capítulo de Apocalipse (7:1-3) falam "dos quatro ventos da terra" sendo conservados por anjos até que 144 mil pessoas possam ser seladas para proteção deles; estes ventos representam os grandes julgamentos vindouros das trombetas tocadas e as taças quebradas. Dá a entender que o que está por vir é muito mais severo do que o que já aconteceu.
(4) A abertura do sétimo selo, de onde emergem as sete trombetas, é seguida por um silêncio marcante de meia-hora (Ap 8:1), sugerindo um senso de medo sinistro visto o que está prestes a acontecer.
Segundo: conforme Mateus 24:15-21, este aumento marcante de sofrimento vem imediatamente após o levantamento do "abominável da desolação, de que falou o profeta Daniel"; isto ocorre, conforme DanieI 9:27, no meio da tribulação.
Terceiro: Israel experimenta uma mudança marcante paralela no meio da tribulação. O Anticristo muda de ser um amigo leal de Israel e passa a ser um inimigo mortal. Então, Israel experimenta uma mudança brusca de quando gozava bons tempos e passa a enfrentar uma terrível perseguição.
As trombetas tacadas
Agora vamos considerar o primeiro grupo destas punições mais severas. Notem que estas ocorrem logo após o meado da semana de tribulação. Sete anjos, em pé na presença de Deus, recebem sete trombetas. À medida que cada um toca por sua vez a trombeta, os eventos de punição ocorrem. O soar das trombetas deve seguir o quebrar dos selos, visto que emergem do sétimo selo (Ap 8:1,2). As primeiras quatro trombetas, como os primeiros quatro selos, são semelhantes e podem ser tratadas juntas.
Quando a primeira trombeta soa (Ap 8:7), um terço das árvores e toda a relva se queimam.
Ao soar da segunda (Ap 8:8,9), um terço do mar se torna em sangue, resultando na perda de um terço de todos os navios e vida marinha.
Quando a terceira toca (Ap 8:10,11), uma estrela grande, chamada Absinto (Amargura), cai e contamina um terço dos rios.
E ao tocar da quarta (Ap 8:12), uma terça parte do sol, lua e estrelas se escurecem, diminuindo em um terço a luz brilhando durante dia e noite. Existe uma vasta diferença de opinião sobre a natureza da destruição e a identidade dos objetos destruídos. Uns acreditam que os itens alistados aqui deviam ser considerados simbolicamente, representando entidades como: governo humano, o império Romano, religião apóstata, pessoas Importantes do período da tribulação, etc. Porém, parece sábio considerá-los literalmente.
Vamos prosseguir para considerar as três últimas trombetas. Estas claramente envolvem sofrimento ainda mais severo; os sofrimentos revelados na medida que as trombetas soam são descritos como "ais".
O primeiro destes ais (quinta trombeta, Ap 9:1-12) envolve uma multidão de criaturas chamadas "gafanhotos" que trazem terrível tormento aos homens em geral, exceto aqueles que “foram selados ...em suas frontes", isto é, os 144 mil (Ap 7:3,4).
O segundo ai (sexta trombeta, Ap 9: 13-19) envolve um exército de 200 milhões de cavaleiros, que matam uma terça parte dos homens. Desde que as armas deste vasto exército são fogo, jacinto e enxofre (Ap 9:17). Note um contraste entre estes dois julgamentos: O primeiro traz somente tormento severo; o segundo traz a morte.
O terceiro ai (sétima trombeta, Ap 11: 15-19), que segue após a descrição de vários outros assuntos (Ap 10:1-11; Ap 13), toca, em contraste com os outros dois, o estabelecimento do milênio de Cristo. E se qualifica como um "ai" julgamento, igual aos outros dois, porque fala da destruição de poderes hostis ao programa de Deus, particularmente ao Anticristo. Porque esta sétima trombeta representa a implantação do reino, é evidente que as sete trombetas juntas simbolizam eventos cobrindo a segunda metade inteira da semana de tribulação.
As taças de ira derramadas
Devido o fato de os julgamentos das trombetas caírem sobre os três anos e meio do período, uma questão é levantada sobre quando ocorrerão os últimos julga¬mentos.
Uma resposta sugerida é que os julgamentos das taças acontecem simultaneamente aos julgamentos das trombetas e representam basicamente as mesmas formas de castigo.
A base para esta opinião se encontra em certas semelhanças marcantes que existem entre as trombetas e as taças.
Uma das dificuldades com este ponto de vista é que Apocalipse 15:1 fala das taças como representando os "sete últimos flagelos"; e também há diferenças tanto quanto semelhanças entre os dois grupos de juízos.
Uma idéia melhor é pensar que os julgamentos das taças acontecem num curto período de tempo, bem no fim do período inteiro. Seguiriam a maioria dos julgamentos das trombetas, mas nem todos, porque pelo menos o sétimo julgamento da trombeta, tratando do estabelecimento do reino, vem um pouco depois do fim da tribulação.
As seguintes semelhanças existem entre os dois grupos de julgamentos:
Os primeiros quatro julgamentos de cada grupo tocam os mesmos aspectos do universo: o primeiro com a terra (Ap 8:7;16:2), o segundo com o mar (Ap 8:8,9;16:3), o terceiro com rios (Ap 8:10,11;16:4-7), e o quarto com o espaço (Ap 8:12;16:8,9).
E o sexto julgamento de cada grupo menciona o Rio Eufrates como ligado às forças destrutivas (Ap 9:13-19;16:12-16). O sétimo julgamento refere-se claramente ao fim do período de sete anos.
Há diferenças marcantes, não somente em muitos aspectos detalhados dos julgamentos correspondentes, mas também em duas áreas gerais.
Primeiro, os dois grupos de julgamentos contêm caracterizações básicas contrastantes. Os julgamentos das trombetas são proclamados publicamente pelo soar das trombetas, assim enfatizando a extensão do seu efeito. Os julgamentos das taças, sendo enviados pelo derramamento das taças da ira de Deus, são apresentados como castigos planejados decididamente por Deus.
Segundo, os julgamentos das taças, diferente dos julgamentos das trombetas, são semelhantes às pragas de Egito, (Ap 15:1,6) e mostram alguns paralelos nos tipos de pragas envolvidas.
Os sete julgamentos das taças
O conteúdo despejado da primeira taça de ira (Ap 16:2) resulta num surto de úlceras terríveis saindo na pele dos seguidores do Anticristo (assim correspondendo à sexta praga, Êx 9:8-12). Estas feridas parecem durar até o tempo do quinto julgamento (Ap 16:11).
O conteúdo da segunda taça (Ap 16:3) faz morrer tudo nos mares, tornando-se em "sangue como de morto" (correspondendo à primeira praga, Êx 7:20,21).
O conteúdo da terceira taça (Ap 16:4-7) muda os rios em sangue, fazendo com que as pessoas que "derramaram sangue de santos e de profetas" tenham que beber desse sangue (também correspondendo à primeira praga).
O conteúdo da quarta taça (Ap 16:8,9) dá poder ao sol de matar pelo calor excessivo.
O conteúdo da quinta taça (Ap 16:10,11) traz escuridão sobre o reino da "besta" o Anticristo (assim correspondendo à nona praga, Ex 10:21-23); este julgamento parece antecipar a destruição completa que virá logo às mãos de Cristo.
O conteúdo da sexta taça (Ap 16:12-16) fará o Rio Eufrates secar e "três espíritos imundos semelhantes a rãs" (correspondendo à segunda praga, Êx 8:1-6) emergirem das bocas respectivamente do "dragão" (Satanás), da "besta" (o Anticristo), e do "falso profeta" (o sócio religioso do Anticristo). Estes três espíritos reúnem os reis da terra na batalha em Armagedon.
O conteúdo da sétima taça (Ap 16:17-21) causa grandes convulsões naturais, trovão, relâmpagos e terremotos de grande intensidade, que completamente derrubam a organização dos homens e trazem ao fim a semana da tribulação.
Religiões Falsa e Verdadeira
Ao mesmo tempo que estes três grupos de julgamentos acontecem, há um desenvolvimento significativo tanto na religião falsa quanto na religião verdadeira. Por um lado, a igreja apóstata cresce e assume uma alta posição de poder; por outro lado, um número importante de pessoas, conhecidas como santos da tribulação, exercem fé pessoal em Cristo para a salvação.
Existe pouca relação entre os dois grupos em termos do seu respectivo desenvolvimento, mas, logo depois do começo da tribulação, o primeiro grupo, mais poderoso, persegue severamente o segundo.
A Igreja Apóstata
Mesmo que não houvesse descrição de uma igreja apóstata nas Escrituras, como existente durante a semana da tribulação, poderia se adivinhar que estaria presente. Tal igreja existe hoje; seus membros não serão incluídos no arrebatamento da igreja verdadeira. Com a igreja verdadeira extraída, somente a igreja apóstata existiria, e não haveria razão para se pensar que iria se desfazer.
Muito pelo contrário, porque sendo a natureza humana religiosa, pode se esperar que esta igreja ganhe muitos adeptos e se firme no poder mundial. A igreja sempre teve grupos apóstatas, mas na história recente, com o avanço do modernismo, cresceu a amplitude da apostasia. Este crescimento vem sendo ajudado pelo movimento ecumênico, que prega a unificação de várias denominações em federações de igrejas. Cada vez que tal união foi feita, foram necessários comprometimentos de princípios, resultando numa maior deturpação da verdade.
O livro de apocalipse fala muito sobre este grupo religioso, especialmente nos capítulos 17 e 18, usando a figura de uma meretriz e o nome “Babilônia”. É evidente que refere-se à igreja apóstata devido a vários fatores:
1. A figura de uma mulher infiel encaixa com a igreja apóstata porque a igreja verdadeira se compara muito a uma noiva no Novo Testamento (veja Rm 7:4; 2 Co 11:2; Ef 5:25-33; Ap 19:7,8). A igreja verídica é assim uma noiva fiel enquanto a igreja apóstata é uma infiel.
2. Há um contraste evidente entre a mulher apresentada em Apocalipse 17 e a apresentada em Apocalipse 12; a última é identificada (corretamente) como Israel. Porque o Antigo Testamento usa a figura de uma esposa em relação a Israel, este contraste da esposa infiel em Apocalipse 17 encaixa bem.
3. O nome “Babilônia” liga esta pessoa com a cidade de Roma, porque o termo babilônia quase certamente era usado figurativamente para indicar Roma já nos tempos da igreja primitiva. “Babilônia” e Roma eram cidades especialmente fortes e dominantes nos seus respectivos períodos e ambas oprimiram o povo de Deus.
4. Esta mulher não pode ser Roma como uma entidade política porque ela monta a "besta" em Apocalipse 17, e, conforme Apocalipse 13:1-10, esta besta simboliza a Roma política. Ela é, sem dúvida, a Roma eclesiástica, isto é, Roma como a sede geográfica da igreja apóstata.
A figura da mulher montando a besta mostra a Roma política apoiando a igreja apóstata, e a igreja influenciando grandemente o rumo da Roma política. Outra razão por que a mulher não podia ser a Roma política é que finalmente os dez reis da Roma política chegam a matá-Ia (Ap 17:16).
O significado da igreja apóstata sendo simbolizada como uma meretriz se torna evidente - isto é, para demonstrar como este grupo deturpa o propósito da igreja verdadeira.
Perseguição dos santos da tribulação
Como notamos anteriormente, um outro grupo religioso existirá durante o período da tribulação. Será composto de pessoas chamadas geralmente de "santos da tribulação"; sobre eles a igreja apóstata fará extrema perseguição.
Apocalipse 7:9-17 estabelece a existência deste grupo. Ali o grupo é descrito como "grande multidão que ninguém podia enumerar" em pé diante do trono de Deus (v. 9), tendo saído "da grande tribulação" com vestiduras lavadas "e as alvejaram no sangue do Cordeiro" (v. 14).
Dá-se a entender que estas pessoas morreram como mártires durante a tribulação, e que agora suas lágrimas, resultantes dos sofrimentos, estão sendo enxugadas de seus olhos (v. 17).
São gentios, visto que no contexto são distinguidos de outro grupo que definitivamente é composto de judeus (Ap 7:4-8). Isto é esclarecido pela declaração que vêm de "todas as nações, tribos, povos e línguas" (v. 9).
Note também que o martírio ocorre na primeira metade da semana de tribulação, porque esta descrição de Apocalipse 7:9-17 vem entre a abertura dos sexto e sétimo selos (cf. Ap 6;12; 8:1). De fato, existe evidência que haverá considerável martírio até o tempo representado pelo quinto selo. Quando este selo estiver aberto, se verá uma multidão no céu "aqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus" (Ap 6:9-11).
Três pontos referentes a este grupo de santos merecem consideração especial.
O primeiro trata da maneira como estas pessoas serão informadas sobre o Evangelho, para que possam se tornar santos de Deus. Quem testemunhará para eles, quando a igreja já tiver sido levada para o céu?
É bom esclarecer o seguinte: o apóstolo adverte as pessoas contra o pensamento que a tribulação será um tipo de "segunda chance” para pessoas que ouviram o evangelho, mas não aceitaram serão salvas. Os que pensarem em se arriscar, não aceitando Cristo quando havia a oportunidade durante esta época, serão iludidos a crer no Anticristo, porque ele terá poder para fazer “sinais e prodígios da mentira”. Porém, a fonte primária provavelmente será Bíblias, livros religiosos, folhetos que ainda estarão aqui na terra. Da leitura destes, as pessoas poderão aprender do Evangelho e ser tocadas e pôr sua confiança em Cristo.
O certo é que este grupo numeroso de pessoas, realmente exercitando fé em Cristo, sofrerá perseguição intensa nas mãos da igreja apóstata. Vê-se a evidência não somente pela existência de tantos mártires no céu, mesmo no meio da tribulação, mas também por declarações diretas em Ap 17:6 e 18:24.
Em 17:6, a mulher montada na besta é vista "embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus".
Em 18:24, a declaração é feita que na igreja apóstata "se achou sangue de profetas, de santos, e de todos os que foram mortos sobre a terra". Nesta atividade terrível, certamente a igreja apóstata terá o apoio, senão o incentivo, do Anticristo, que em outras passagens é descrito como trazendo perseguição severa sobre os santos de Deus (Ap 13:7; cf. Dn 7:25).
Milhares sofrerão martírio, e outros milhares sofrerão de outras maneiras horríveis. O destino dos santos da tribulação não será fácil.
A revelação de Cristo
É um termo usado para designar a volta de Cristo à terra no fim da grande tribulação. Trata-se do retorno de Cristo com os santos da igreja, os arrebatados anteriormente, para resgatar Israel que está sendo oprimido pelo Anticristo.
Concluímos então, que a grande tribulação tem o propósito é retribuir as nações do mundo por seus pecados. O outro propósito para a tribulação é preparar o Israel para receber o seu Messias.
Será um período de sofrimento sem precedente, e não pode ser visto como uma segunda chance para os amigos do evangelhos.

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Bibliografia:
Panorama de Escatologia – Leon J. Wood
Apostila de Escatologia – Pr. Almir Marcolino Tavares

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